sábado, 8 de maio de 2010

Istambul! hein?

Cheguei em Istambul às 6, 7 horas horário local aproximadamente – uma hora a mais do que o horário da Europa central. O aeroporto é bem confuso. Ainda em Berlin, o atendente da receita alemã que conferiu meu passaporte e deu meu visto de saída demorou mais do que eu pensei – em silêncio, pro meu pavor. Quando eu cheguei em Istambul, porém, o atendente da receita turca também demorou e percebi que o problema é apenas que o código de barras do meu passaporte ta difícil de ler e eles tem que digitar o número. Ufa.
Bom, a primeira impressão da cidade é de estar de volta no Brasil, em São Paulo ou no Rio de Janeiro. A cidade é bem parecida com as nossas grandes cidades. Claro, já três meses em Berlin, uma cidade tão grande quanto Istambul é de causar espanto. Segundo o taxista – com o qual a comunicação foi bem difícil, porque o inglês dele era bem básico – a população da cidade é de aproximadamente 20 milhões – mais ou menos como São Paulo mesmo.
Me lembra muito São Paulo, pelas grandes e cheias marginais e pontes e túneis e viadutos – aliás a palavra pra viaduto em turco parece com a nossa, pelo que vi nas placas. Me lembra também o Rio de Janeiro por ser no litoral e muito avançada sobre os vários morros em volta da costa. A diferença é que são mais prédios do que casas – como em Berlim, mas em número incomparavelmente maior.
Também segundo o taxista, o aeroporto é na parte asiática da cidade, mas o hotel é na parte européia – quer dizer, longe e caro :S. Pensei que não ia chegar nunca no hotel – a volta durou quase o mesmo tempo do vôo! :-0 Fora que o preço foi absurdo. O taxista justificando: “trafíc! Trafíc”(trânsito em inglês com sotaque turco). Agora entendo o sotaque – em turco toda palavra é oxítona. Ah, o taxista me ofereceu um cigarro! Haha achei isso bem atípico.
Bom, no caminho ao hotel, vim pensando: “Ah, eu quero minha casa! O que eu to fazendo aqui!” Mas como casa, eu penso em Berlim. To tão adaptado a Berlim que já me sinto mais em casa. Não me sinto lá tão mais em casa quanto em Maringá, mas já mais do que a idéia de casa de voltar pro Brasil e morar em cidades tão grandes quanto Istambul – como São Paulo e Rio de Janeiro.
Aff, demorei pra encontrar o hotel. O taxista me deixou num lugar e falou pra eu subir a rua a pé, porque tinha muito “trafíc” e ele não ia conseguir de carro. Bom, aí até achar alguém que falasse inglês pra me ajudar a achar! Demorei mais uns 10 minutos. Acabei tendo que perguntar em um outro hotel. Pensei: “num hotel certamente alguém fala inglês!” Seria quase impossível achar o endereço sozinho – não faço idéia de qual é a palavra pra rua, mas o endereço é enorme!
O duro de achar o hotel é que o horário de check-in só seria a partir das 13h! Pelo menos o atendente – bem novinho – foi bem simpático. Pedi pra pelo menos tomar o café-da-manhã que eu tinha direito. Claro!, ele disse. Os sucos tavam meio doce demais e já quentes, mas o pão, caseiro, tava ótimo e tinha um bolo tipo panetone também muito bom.
Bom, fui dar uma volta. É uma região bem movimentada da cidade. Logo que saí, já ouvi brasileiros conversando. Pedi ajuda! Haha Eram um casal de certa idade, um rapaz de uns 18 anos e um outro senhor. A mulher pareceu bem incomodada pela minha interrupção, mas o rapaz foi bem simpático e sugeriu pra eu ir pro bazar logo adiante. Me sinto como em Ciudad de Leste aqui. Bem parecido. Várias lojas e, no bazar, um rapaz me chamou pra conhecer a loja dele, falando que tinha roupa de marca num preço bem mais baixo que na Europa – falei que sou da Alemanha.
Fui numa praça depois, bem gostosa, com bastante gente – inclusive uns senhores com uma máquina fazendo contabilidade numa mesa no meio da praça.
Fiquei impressionado como as pessoas andam bem formais aqui, muito bem vestidos e tal.
Aff, um homem veio depois falar comigo e pedir dinheiro pra não sei o que pra ele voltar pra Alemanha. Burro, eu! Deveria ter falado que não falava nem inglês nem alemão. Ele me encheu bastante e fiquei com medo dele me seguir até o hotel ou algo parecido e tentar me roubar. Dei mais uma volta e vim pro hotel ver se já podia fazer check-in. Felizmente pude! Outro rapaz novinho na recepção. Tomei banho e dormi um pouco, mas mal. Liguei a TV – tem ZDF (um canal alemão) – pelo menos. Mas agora – já são 17h30/local - ia sair, mas decidi escrever antes. Agora vou sair. Tentar fazer mais fotos, comer alguma coisa e me acalmar e me animar pra hora de voltar pra casa – em Berlim. =D

Berlim, 16h21 horário local. Cheguei de Istambul às 2h15 da manhã. Deu tudo certo com a chegada. Felizmente! Bom, na saída de Istambul, fiquei bem contente. Eu peguei o metrô até a praça Taksim, onde o recepcionista do hotel disse que eu poderia pegar um ônibus pro aeroporto. Chegando na praça, fiquei naturalmente perdido, mas fui ajudado por um jovem casal num ponto de ônibus. Não falavam tanto inglês, mas o suficiente pra ajudar um estrangeiro perdido. Haha. A menina olhava pra trás todo o tempo pra se certificar de que eu ainda tava com eles. Em vez de me ensinarem apenas o caminho até o ônibus, eles me levaram até lá. Na primeira tentativa, não era o lugar certo, mas um outro rapaz por perto entendeu o problema e esclareceu pra eles – bem gentil. Depois de mais algumas perguntadas – num lanche e numa agência de viagens lá perto – passamos por uma avenida bem lotada, cheia de restaurantes com mesas na calçada. Aff, me deu vontade de ficar mais e apreciar, mas... . Bom, chegamos enfim no ônibus – um ônibus rodoviário, desses que vão pra aeroportos mesmo. O motorista me mostrou com os dedos que o preço eram onze Liras Turcas. Entrei no ônibus e contei o que eu tinha: exatamente o preço do ônibus. Depois veio o cobrador e me disse que eram 13 e não 11. Aff! Tentei explicar pra ele que me disseram que eram 11, mas ele falou: “Little English” e apontou de novo pro preço no bilhete. Peguei a nota de cinco liras e todas as moedas que ainda tinha - nem vi se tinha euro no meio, mas acho que não – e entreguei pra ele, que me disse: “OK” e me deu o bilhete. Ufa! Que apuro! Pensei: tomara que esse ônibus vá pro aeroporto certo! Se não, to lascado! Mas deu tudo certo e já to de volta em Berlim – zu Hause ( em casa). Ah, aliás – comprei um guia com frases em turco antes de ir pra lá, mas a única expressão que consegui memorizar foi “Tes,ekkür ederim” (muito obrigado). Falei várias vezes isso por lá, inclusivo pro jovem casal que me ajudou na hora de vir embora. Agradecer na língua da pessoa é o melhor jeito de agradecer – não aprendi direito como se fala “de nada”, mas o sorriso deles quando me disseram já foi o suficiente pra eu saber que apreciavam minha gratidão. Haha – bem emotiva essa parte, né? Ah, mas que alívio. Foi uma aventura! Fiquei bem nervoso e tal, mas quero de novo! E logo!