quarta-feira, 13 de outubro de 2010

sobre o que é iluminado

há uns dois anos aproximadamente eu vi um filme chamado "Uma vida iluminada":

http://www.youtube.com/watch?v=tSUOYY4oukc
(não achei trailer com legendas. foi mal.)

Me interessei tanto pelo enredo que procurei mais informações sobre o livro no qual o filme foi baseado. O nome original do filme - como viu quem viu o trailer - é "Everything is illuminated"("Tudo é iluminado", em tradução livre do inglês) e esse também é o nome do livro. Li em alguns sites que havia muitas diferenças entre o enredo do filme e o original e fiquei curioso pra ler o livro. Não achei o livro aqui. Ainda não sei se tem tradução aqui no Brasil, mas na época não tinha. Procurei ebook, mas também não achei nada. Iria comprar pela internet se não o tivesse achadao na minha livraria preferida em Berlim durante o meu intercâmbio lá este ano. Comprei na minha última compra na cidade e comecei a ler já na viagem de volta.
Achei o livro meio monótono no começo, mas mesmo assim, de uma maneira bem interessante de narrativa. Fui me encantando cada vez mais com o livro e até me emocionei em algumas partes.

Ah, acabei de achar o livro no site Submarino
http://www.submarino.com.br/produto/1/1061944/tudo+se+ilumina

A tradução do título é "Tudo se ilumina"(como tá no link) e lá tem uma descrição do enredo.
Bom, eu recomendo ver o filme primeiro, só pra ter um gostinho dos acontecimentos.
Se for ler o livro depois, prepare-se para se encantar ainda mais e também pra entender porque tanta coisa é deixada de fora no filme.

Enfim, falando de adaptações, acho que o cinema dificilmente supera a literatura, realmente. Mas também acho que não é questão de superar. São artes diferentes, usam linguagens diferentes e são voltadas para relativamente diferentes. O roteirista escolheu um bom pedaço para ser recontado - com algumas mudanças, sim - mas poderia ter escolhido outras e criaria, assim, outros filmes.

Bom, é fantástico e tocante. Vejam e leiam.
;D

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

é...

é...
eu escrevi um monte de coisa no caderno - inclusive agora - que eu achei q poderia postar aqui, mas reli e pensei: "Ah, melhor deixa!" Enfim, vi uma entrevista de uma fotógrafa que admiro outro dia, a criadora do site www.glamcanyon.com ( o vídeo tá lá), onde ela falou que Blog é prática, que deve ser usado como diário mesmo e tal.
Mas, sei lá, eu não queria que o meu fosse só isso; queria indicar mais coisas legais, talvez escrever meus poemas aqui, mas acho melhor não.
Bom, talvez eu faça isso logo, logo.

Por enquanto, vou só indicar o site dela mesmo. É uma fotógrafa de moda de rua lá de Berlim. Pra conhecer mais dela, vejam o site: www.glamcanyon.com

sábado, 8 de maio de 2010

Istambul! hein?

Cheguei em Istambul às 6, 7 horas horário local aproximadamente – uma hora a mais do que o horário da Europa central. O aeroporto é bem confuso. Ainda em Berlin, o atendente da receita alemã que conferiu meu passaporte e deu meu visto de saída demorou mais do que eu pensei – em silêncio, pro meu pavor. Quando eu cheguei em Istambul, porém, o atendente da receita turca também demorou e percebi que o problema é apenas que o código de barras do meu passaporte ta difícil de ler e eles tem que digitar o número. Ufa.
Bom, a primeira impressão da cidade é de estar de volta no Brasil, em São Paulo ou no Rio de Janeiro. A cidade é bem parecida com as nossas grandes cidades. Claro, já três meses em Berlin, uma cidade tão grande quanto Istambul é de causar espanto. Segundo o taxista – com o qual a comunicação foi bem difícil, porque o inglês dele era bem básico – a população da cidade é de aproximadamente 20 milhões – mais ou menos como São Paulo mesmo.
Me lembra muito São Paulo, pelas grandes e cheias marginais e pontes e túneis e viadutos – aliás a palavra pra viaduto em turco parece com a nossa, pelo que vi nas placas. Me lembra também o Rio de Janeiro por ser no litoral e muito avançada sobre os vários morros em volta da costa. A diferença é que são mais prédios do que casas – como em Berlim, mas em número incomparavelmente maior.
Também segundo o taxista, o aeroporto é na parte asiática da cidade, mas o hotel é na parte européia – quer dizer, longe e caro :S. Pensei que não ia chegar nunca no hotel – a volta durou quase o mesmo tempo do vôo! :-0 Fora que o preço foi absurdo. O taxista justificando: “trafíc! Trafíc”(trânsito em inglês com sotaque turco). Agora entendo o sotaque – em turco toda palavra é oxítona. Ah, o taxista me ofereceu um cigarro! Haha achei isso bem atípico.
Bom, no caminho ao hotel, vim pensando: “Ah, eu quero minha casa! O que eu to fazendo aqui!” Mas como casa, eu penso em Berlim. To tão adaptado a Berlim que já me sinto mais em casa. Não me sinto lá tão mais em casa quanto em Maringá, mas já mais do que a idéia de casa de voltar pro Brasil e morar em cidades tão grandes quanto Istambul – como São Paulo e Rio de Janeiro.
Aff, demorei pra encontrar o hotel. O taxista me deixou num lugar e falou pra eu subir a rua a pé, porque tinha muito “trafíc” e ele não ia conseguir de carro. Bom, aí até achar alguém que falasse inglês pra me ajudar a achar! Demorei mais uns 10 minutos. Acabei tendo que perguntar em um outro hotel. Pensei: “num hotel certamente alguém fala inglês!” Seria quase impossível achar o endereço sozinho – não faço idéia de qual é a palavra pra rua, mas o endereço é enorme!
O duro de achar o hotel é que o horário de check-in só seria a partir das 13h! Pelo menos o atendente – bem novinho – foi bem simpático. Pedi pra pelo menos tomar o café-da-manhã que eu tinha direito. Claro!, ele disse. Os sucos tavam meio doce demais e já quentes, mas o pão, caseiro, tava ótimo e tinha um bolo tipo panetone também muito bom.
Bom, fui dar uma volta. É uma região bem movimentada da cidade. Logo que saí, já ouvi brasileiros conversando. Pedi ajuda! Haha Eram um casal de certa idade, um rapaz de uns 18 anos e um outro senhor. A mulher pareceu bem incomodada pela minha interrupção, mas o rapaz foi bem simpático e sugeriu pra eu ir pro bazar logo adiante. Me sinto como em Ciudad de Leste aqui. Bem parecido. Várias lojas e, no bazar, um rapaz me chamou pra conhecer a loja dele, falando que tinha roupa de marca num preço bem mais baixo que na Europa – falei que sou da Alemanha.
Fui numa praça depois, bem gostosa, com bastante gente – inclusive uns senhores com uma máquina fazendo contabilidade numa mesa no meio da praça.
Fiquei impressionado como as pessoas andam bem formais aqui, muito bem vestidos e tal.
Aff, um homem veio depois falar comigo e pedir dinheiro pra não sei o que pra ele voltar pra Alemanha. Burro, eu! Deveria ter falado que não falava nem inglês nem alemão. Ele me encheu bastante e fiquei com medo dele me seguir até o hotel ou algo parecido e tentar me roubar. Dei mais uma volta e vim pro hotel ver se já podia fazer check-in. Felizmente pude! Outro rapaz novinho na recepção. Tomei banho e dormi um pouco, mas mal. Liguei a TV – tem ZDF (um canal alemão) – pelo menos. Mas agora – já são 17h30/local - ia sair, mas decidi escrever antes. Agora vou sair. Tentar fazer mais fotos, comer alguma coisa e me acalmar e me animar pra hora de voltar pra casa – em Berlim. =D

Berlim, 16h21 horário local. Cheguei de Istambul às 2h15 da manhã. Deu tudo certo com a chegada. Felizmente! Bom, na saída de Istambul, fiquei bem contente. Eu peguei o metrô até a praça Taksim, onde o recepcionista do hotel disse que eu poderia pegar um ônibus pro aeroporto. Chegando na praça, fiquei naturalmente perdido, mas fui ajudado por um jovem casal num ponto de ônibus. Não falavam tanto inglês, mas o suficiente pra ajudar um estrangeiro perdido. Haha. A menina olhava pra trás todo o tempo pra se certificar de que eu ainda tava com eles. Em vez de me ensinarem apenas o caminho até o ônibus, eles me levaram até lá. Na primeira tentativa, não era o lugar certo, mas um outro rapaz por perto entendeu o problema e esclareceu pra eles – bem gentil. Depois de mais algumas perguntadas – num lanche e numa agência de viagens lá perto – passamos por uma avenida bem lotada, cheia de restaurantes com mesas na calçada. Aff, me deu vontade de ficar mais e apreciar, mas... . Bom, chegamos enfim no ônibus – um ônibus rodoviário, desses que vão pra aeroportos mesmo. O motorista me mostrou com os dedos que o preço eram onze Liras Turcas. Entrei no ônibus e contei o que eu tinha: exatamente o preço do ônibus. Depois veio o cobrador e me disse que eram 13 e não 11. Aff! Tentei explicar pra ele que me disseram que eram 11, mas ele falou: “Little English” e apontou de novo pro preço no bilhete. Peguei a nota de cinco liras e todas as moedas que ainda tinha - nem vi se tinha euro no meio, mas acho que não – e entreguei pra ele, que me disse: “OK” e me deu o bilhete. Ufa! Que apuro! Pensei: tomara que esse ônibus vá pro aeroporto certo! Se não, to lascado! Mas deu tudo certo e já to de volta em Berlim – zu Hause ( em casa). Ah, aliás – comprei um guia com frases em turco antes de ir pra lá, mas a única expressão que consegui memorizar foi “Tes,ekkür ederim” (muito obrigado). Falei várias vezes isso por lá, inclusivo pro jovem casal que me ajudou na hora de vir embora. Agradecer na língua da pessoa é o melhor jeito de agradecer – não aprendi direito como se fala “de nada”, mas o sorriso deles quando me disseram já foi o suficiente pra eu saber que apreciavam minha gratidão. Haha – bem emotiva essa parte, né? Ah, mas que alívio. Foi uma aventura! Fiquei bem nervoso e tal, mas quero de novo! E logo!

domingo, 18 de abril de 2010

06.04

Ah, tantos planos aqui em Berlin! Bom, to querendo estudar fotografia e tenho pesquisado as faculdades aqui em Berlin e em outras cidades da Alemanha. Não é simples entrar. Eles pedem um portfólio e ainda fazem entrevista e analisam currículo. Fora que geralmente tem mensalidade – cerca de 400 euros por mês – além do custo de estadia e alimentação, é claro. Bom, vou tentar me candidatar – tentar custa pouco, mas só conseguiria ficar se conseguisse uma bolsa. =\ Bom, tava querendo trabalhar aqui, mas fui no departamento de estrangeiros (Ausländerbehörde ou Ausländeramt) e me disseram que se eu quisesse, deveria ter pedido antes de vir, na embaixada alemã no Brasil.
Bom, não vou trabalhar, mas vou tentar terminar meu curso de alemão aqui. To no último nível: C2. Depois disso não falta mais nada pra estudar da língua, a não ser que eu queira fazer um teste. Vou pensar se eu faço o teste. Vai depender de grana pra ficar mais tempo aqui e tal.
Tenho me apaixonado cada vez mais por Berlin. Tem muita coisa interessante pra se fazer aqui. As baladas são ótimas. Aqui se ouve mais Techno e eletrônico nas boates (Clubs) e as boates são muito boas.
Ah, tem dia que o clima ta um saco! Começou a esquentar, fazer sol e tal, aí choveu e esfriou de novo. Ontem voltou a esquentar e o clima ta ótimo.
Tenho ficado bastante em casa esses dias, meio sem vontade de sair por causa do frio. Aproveitei e estudei um pouco. Não só estudei, é claro. Vi muita TV e até to contente que já consigo entender o que eles falam! =D
Ontem fui finalmente ver “Alice no País das Maravilhas”! Muito bom! É estranho ver filmes em 3D, me sinto meio tonto, mas acho que logo a gente se acostuma. Foi engraçado, o cinema – o Cine Star na Potsdamer Platz – é organizado como num teatro: com classificação de filas e poltronas. Sei que muitos cinemas são organizados assim, mas nem sempre as pessoas pegam exatamente o lugar do ingresso. Ontem fizeram isso – cada um procurou seu lugar exato e eu, que tinha chegado antes só pra pegar um bom lugar, fui pro meu lugar escrito no ingresso assim que percebi que devia. Ah, só porque aqui é a Alemanha, isso não quer dizer que são bem pontuais e certinhos em tudo. O filme deveria começar às 19h50. As propagandas começaram às 20h e o filme mesmo só às dez pras nove. Pensei comigo: no Brasil alguém teria gritado: “ - Vai começar ou não? “ ou algo parecido e diriam: “ – Finalmente” quando o filme enfim começasse. Mas aqui todos ficaram bem aparentemente pacientes em seus lugares.
Bom, isso não quer dizer que os alemães sejam assim tão educadinhos. Já vi algumas pequenas brigas no trânsito. Eles são normais, oras! Cria-se tanto estereótipo sobre os outros povos, mas temos mais em comum do que se pensa. E é muita xenofilia pensar que na Europa as coisas são enormemente melhores. Algumas coisas são, sim, é claro, nenhum povo é igual assim como ninguém é igual, mas muitas coisas são exatamente iguais ou até piores. O sistema de transporte público em Berlin é ótimo. É muito fácil ir de um lugar pro outro, difícil de se perder. Mas algumas coisas são bem pouco práticas. Tem estações de metrô que são praticamente uma ou duas quadras distantes uma da outra e tem gente que pega o metro pra andar somente essa distância. Tudo bem, no frio isso faz uma grande diferença, mas não é frio o tempo todo.
Ah, to morando numa república com 3 alemães agora: uma menina e dois rapazes. Eles dividem a limpeza da casa, mas não seguem muito bem. Me disseram que é cada semana uma divisão. Na primeira semana eu comi no RU da Humboldt com o pessoal da escola, como antes, mas eu queria comer em casa, gastar menos com comida e tal. A cozinha tava nojenta! Tinha panela com mofo já! Não agüentei e limpei tudo. Agora to cozinhando – aprendendo ainda, mas até que to conseguindo. =D Risoto e espaguete são meus pratos principais. O duro é me acostumar com a medida de arroz ou de macarrão. Agora to conseguindo ter uma idéia de quando é muito só pra mim ou não. To bem feliz com isso, mas meio envergonhado: tive que atravessar o oceano pra finalmente aprender a cozinhar. Haha. Ah, até café eu to fazendo. Ainda prefiro o do Starbucks, mas... em casa sai beeeem mais barato.
Quanto a morar em república, seria melhor se o pessoal pelo menos fosse mais sociável, mas cada um fica no seu quarto trancado, na sua.
Ah, outra coisa engraçada sobre os alemães aqui em Berlin: alguns adoram falar com vc só pra praticar inglês. Vc pode falar em alemão com eles, mas eles continuam no inglês. :S Cada coisa!

Outra coisa sobre estar em Berlin – acho que todos intercambistas devem sentir um pouco isso. Os amigos que vc faz são as únicas pessoas que vc tem lá – no país que vc ta visitando – e, é muito triste quando eles vão embora. Pode ser – e é bem provável – que vcs nunca mais se vejam de novo. Tenho me despedido de muita gente aqui e acho que provavelmente vou me despedir mais.
Esse mês vou tentar prolongar meu visto, pra terminar todo o curso direitinho. Espero que dê certo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

bom, berlin

bom, berlin. a neve, o frio, os prédios, os bares, as baladas, os colegas, a cerveja, a comida, enfim.
Sim, a neve é bonita, igual ao gelo de um freezer sem descongelar por algum tempo. Ver caindo é bonito, mas o frio que ela traz é feio, muito feio. Os dias de sol vêm bem de manso, mas o frio volta logo no fim do dia - e os dias terminam cedo.
Saí da pensão - eba! - finalmente. Agora to numa república até domingo e a procura de outra. Já visitei algumas, mas nada ainda. Hoje fui em uma ótima, o pessoal é bem legal. Mas hoje já me mandaram um e-mail lamentando já terem escolhido outra pessoa. Fico pensando quais foram os critérios deles. Me perguntaram se eu não me importo em limpar pq eles fazem escala. Eu disse q não, é claro! Gosto de morar em lugar limpo, né? Tb me perguntaram se sei cozinhar, especialmente comida brasileira. Falei que não, mas que vou aprender, afinal preciso saber pra mim tb. De resto conversamos sobre Brasil e calor e frio e estudos e tal. No e-mail disseram q me acharam "echt total nett", mas pq não me escolheram então?! AAAAH...
Eu ia em outra república depois...mas eu me perdi e o cara tinha q sair e tal...Deixei pra amanhã de manhã...espero q dê certo...o duro é q é moh longe...tenho q pegar um monte de trem pra chegar no Mitte. Mas se o ap for bacana...vou pegar sem mais pensar...só espero q ele tb não escolha outra pessoa...aaaaf...aaah e tem um outro tb q eu ainda vou ver...mas só se esse primeiro já não der certo...
Essa procura tem sido muito prática. Tem um site o "www.studenten-wg.de" onde todo mundo anuncia. E vc pode se cadastrar, falando q tipo de lugar vc quer, e o site te manda os anúncios próximos do q vc quer no seu e-mail. Muito prático!
Ah, nessa procura eu tenho reparado uma coisa...como esses prédios são velhos! Tem umas escadarias enormes e que, de tão velhas, parecem que vão cair. Mas os aps em geral são ok, quer dizer, reformadinhos e tal. Aqui não tem prédios maiores que seis andares, nem mesmo os comerciais. É engraçado, mas dá um charme à cidade, um ar de cidade pequena. Aliás, o transporte tb é tão bom que vc nem percebe a distância que vc tá andando. Claro, metrô é sempre assim, né? Afinal, não tem trânsito. Mas é tanto metrô e trem dentro da cidade. Bom, outra coisa sobre os metrôs e trens é que as pessoas podem levar seus cachorros. Inclusive alguns bares e restaurantes deixam vc entrar com seu cachorro. Isso é muito legal!
Ah, sobre os bares. Acho q já falei na outra postagem sobre as pessoas entrarem, beberem e irem pra outro bar, né? Ah, e todo bar aqui tem caipirinha! haha.
Eu ia falar sobre mais coisas agora, mas to cansado.Vou deixar proutro dia.
Aaaah e eu quero cerveja gelada, por favor! Não me importa que esteja frio! Cerveja quente não dá!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

berlin - so weit, so kalt

Bom, já to há mais de uma semana em Berlim. Cheguei no sábado, dia 5 de fevereiro. Hoje já é a segunda segunda-feira, dia 15. Tive muitas impressões sobre a cidade. Algumas mudaram, outras permanecem. Sobre a cidade, não tenho muito a dizer além de que a cidade é linda e que tudo é uma novidade pra mim aqui. A primeira imagem que tenho é a do avião – tudo coberto de neve. Aliás, ontem e hoje foram os únicos dias em que não nevou aqui desde que cheguei, mas o frio ainda permanece.
No primeiro dia não quis fazer muito. Peguei um táxi do aeroporto e fui pra casa do Elton, como havíamos combinado, mas ele já tinha ido pra festa que tinha mencionado e eu não tinha o celular dele. O taxista foi muito simpático e eu fiquei bem feliz por ter conseguido conversar bem com ele. O frio da chegada foi o pior frio que já passei. Não tava muito animado pra nada – a viagem foi bem longa, umas treze horas e alguma coisa incluído o atraso pra chegar em Amsterdam e a conexão pra Berlim – então fui direto procurar um hotel, que aliás não foi muito barato, mas bem confortável. Infelizmente minha mala não chegou junto comigo, mas tinha algumas coisas suficientes pra um dia na mochila e o que a companhia aérea me deu pra compensar o atraso da bagagem. Comi no hotel mesmo, ainda bem tímido pra tentar algumas palavras em alemão – nem todos falam inglês, como já tinha me dito o Elton, e já percebi que tinha que me virar com alemão mesmo. Isso é bom, é pra isso que eu to aqui, afinal.
Enfim, no domingo vim pro Hotel Bärlin, onde to hospedado pelo menos esse mês. Minha bagagem já tava aqui e pude finalmente me acomodar. O quarto é bem simples – na verdade é uma pensão dentro do hotel, tem banheiro e chuveiros coletivos, mas isso não tem sido problema. Bem diferente do hotel onde eu passei a primeira noite, mas já me acostumei.

Na segunda-feira fui pra escola. To gostando bastante de lá. Não é aquela organização perfeita. Acho que a gente às vezes superestima demais os europeus. Eles são pessoas como a gente e tem seus pontos fortes e fracos, como nós sul-americanos. Bom, a escola é bem legal. Me colocaram no nível B2, mas me deixaram escolher entre esse o C1. Como achei que o B2 tava fácil, pedi pra ir pro C1 a partir de quinta-feira e que mudança! Me senti como um peixe fora d’água no primeiro dia, mas agora já to me acostumando. Os professores são muito legais e é muito bom estudar numa escola com gente de tantos lugares diferentes – se aprende muito mais que língua. Ah, no meu primeiro dia nessa nova turma, o professor havia pedido pra eles acharam um artigo de jornal que lhes interessasse e falar sobre ele na próxima aula. Eis que uma aluna, a Daria, da Rússia, tinha escolhido um artigo sobre uma polêmica no carnaval brasileiro de uma menina de sete anos desfilar numa escola de samba como rainha da bateria ou algo assim. O professor fez umas colocações que me ofenderam como brasileiro e acho que acabei falando em defesa disso. Aí eu me senti bem diminuído na turma, mas aparentemente, como soube depois, isso não tinha sido nada pras meninas russas. Uma delas me chamou pra almoçar, fomos no cinema com as outras duas mais tarde e ainda numa boate mais tarde.

Ah, esqueci de mencionar. No domingo achei bem engraçado o fato de que as lojas todas fecham, inclusive os shoppings. A cidade é bem parada longe do Mitte – a parte central da cidade. Eu ainda não tinha um adaptador pra ligar meu notebook e ficar na internet no Internet Café não era uma opção pra mim. Então perguntei pro simpático atendente do hotel onde eu poderia ir no cinema, mas em inglês, porque eu queria ao menos entender – não tava muito a fim de gastar meus neurônios. Fui na Potsdamer Platz, no Sony Center. Adorei o lugar! Vi um filme americano em inglês mesmo, sem legendas – um filme com o Hugh Grant e a Sarah-Jessica Parker, uma comédia romântica muito boa, um filme bem leve. Gostei bastante, mas não lembra exatamente o nome, é “Did You hear about the...” e o sobrenome deles, mas não me lembro.

Tenho comido comida chinesa todos os dias aqui, ou no almoço ou na janta, quando não nas duas refeições. Além disso só tenho comido lanche mesmo. No almoço desde que a Milena – uma das meninas russas – me chamou pra ir almoçar com ela – eu tenho ido na “Mensa”(o restaurante universitário) da Humboldt, que é bem pertinho da escola. A comida é excelente e tem uma grande variedade. Não se compara aos restaurantes universitários brasileiros e nem aos russos, pelo que conversamos.

Falando em brasileiros, só fui encontrar o Elton mesmo na terça-feira e ele me mostrou um lugar bem legal, que é um prédio abandonado ocupado por artistas, que usam os apartamentos como ateliês e loja de suas obras além de lugar de encontro de músicos e até apresentações. Geil!

Die Stadt ist geil, denke ich. A cidade é muito legal, na minha opinião. O transporte é bem organizado. Tem metrô pra todos os lados, também o S-Bahn, uma espécie de metrô que passa por cima das ruas, com uma vista privilegiada da cidade, além dos ônibus e dos bondes, que, aliás, são mais uma coisa pra se tomar cuidado na hora da atravessar as ruas.

Aqui as pessoas esperam o “Ampelmännchen”(o homenzinho do semáforo) verdinho aparecer pra atravessar a rua, mesmo quando não tem nenhum carro vindo. Bom, nem todos esperam, na verdade. Em alguns lugares movimentados e quem está realmente com pressa não espera.

Bom, tem mais um monte de coisas que eu quero falar, mas agora não to afim. To bem feliz aqui e mal vejo a hora pra chegar amanhã e viver mais coisas legais aqui. =D

Se eu vou ficar aqui por algum tempo e quanto tempo não importa tanto. Sei que já ta sendo uma experiência e tanto pra minha vida e que ainda tenho bastantes pra ter – aqui ou de volta no Brasil. =DD

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

a ficção - a realidade

acabei de assistir "Abril Despedaçado". História muito boa e filme tanto quanto. Coincidentemente, ao desligar o DVD, tava passando uma reportagem sobre alguém oferecendo recompensa pra quem tivesse pista de quem matou um policial, vivo ou morto, como em histórias de velho-oeste - como dito pelo âncora do jornal. É, vinganças acontecem ainda frequentemente na vida real. O filme não é só sobre isso, é claro. Quem viu, sabe. Mas me veio o pensamento na hora, só isso.

Me deu vontade muito grande de voltar a atuar. Acho que nem tive todo o gostinho do teatro que alguém pode ter. Quem sabe eu volte. Eu espero.

Bom, hoje faltam duas semanas pra minha viagem. Não consigo explicar exatamente o que estou sentindo. Já me senti mais ansioso por outras coisas. Não sei, talvez a soma disso com o fim da faculdade e ainda a partida de Maringá não me dê muito tempo em ordenar meus pensamentos. É uma mudança na minha vida e as mudanças sempre me animam. O medo há, mas também há calma. Tanta coisa vai ser deixada pra trás; e muito mais pode estar à frente.
De certa forma, eu estava preso à faculdade. Espero que possa me libertar. Acho que minha vida tá só começando.