quinta-feira, 9 de junho de 2011

sobre ser cristão

Me lembro até hoje dos meus anos de catequese lá em Londrina. Lembro que, no começo, eu não queria muito ir, porque achava a igreja muito chata e ficar em casa brincando e vendo TV era muito mais legal, mas depois até comecei a achar interessante. Eu encontrava alguns colegas de escola de novo e, no fim, a aula nem demorava tanto assim e as catequistas eram bem tranqüilas e davam aulas bem criativas e divertidas.
Bom, mas é claro que não era só diversão, aprendi muito sobre a igreja e o cristianismo nesses anos, incluindo coisas que me agradam e coisas que não me agradam muito.

Por exemplo, uma coisa que não me agradava e nem me agrada até hoje é um tal mandamento da igreja que diz que temos que ir à missa todos os domingos, ou coisa parecida. Além disso, também não me agradava todo esse ritual de missa e essa coisa de senta, levanta, ajoelha, levanta de novo, canta, bate palmas, faz sinal da cruz, etc. É uma coisa que demora pra a gente entender e na qual demora pra se achar sentido, não é mesmo?

Enfim, mas eu sempre gostei do fato da igreja incentivar a comunhão, união e paz entre todas as pessoas e de também ensinar através de pequenas histórias sobre quais sentimentos nos fazem bem – como a amizade, a paciência, o perdão e o amor incondicional – e quais nos fazem mal – como a inveja, a preguiça, o ódio, a arrogância. Também sempre admirei o preceito de não julgarmos uns aos outros e que isso caberia somente a Deus.

Confesso que sempre vi a Bíblia com um olhar cético, mas que nunca me importei se era verdade ou não o fato de Jesus ter dito um dia que devemos amar uns aos outros como a nós mesmos. Nunca me importei porque acredito na mensagem passada por essa passagem do Novo Testamento e acho que esse é o preceito mais importante do cristianismo, tão importante que, se você pesquisar, vai encontar em várias outras religiões – se não todas – mesmo que com palavras diferentes.

Também não me importo muito em saber se Deus é pai, onipresente, onisciente e se Jesus ressuscitou três dias depois de morrer e subiu ao céu e se Maria concebeu virgem e tudo o mais. Mas admiro o que Jesus tentou fazer pelo seu povo quando lutou contra a corrupção dentro dos templos e contra o domínio romano assim como admiro Martinho Lutero, Gandhi, Madre Tereza, Martin Luther e todos os outros que lutaram pacificamente por uma valorização maior de um povo ou uma causa nobre que seja.
Causa-me revolta e indignação, porém, o fato de gente que, como eu e outros bilhões em toda a história, teve uma formação de moral dita cristã, mas mesmo assim pendurou uma arma no ombro e foi a outras terras matar – ou até na sua própria - em nome dessa “fé” ou que tenta impedir que outras pessoas, que só querem poder exercer esse amor tão clamado por Jesus, exerçam-no com dignidade e sem medo de receber uma espada no estômago de seu irmão cristão, ou seja, sem medo da “Ira” – aquele pecado capital, lembra? – dos seus iguais.

Ser cristão – assim como é ser judeu, muçulmano, budista, hinduísta, etc - é amar e respeitar acima de tudo e não julgar de forma preconceituosa como muitos cristãos têm feito ultimamente. Se Deus É amor, ele ama a todos sem distinção e não condena uma mulher que ame outra nem um homem que ame outro, afinal, não é amor que ele quer que demos uns aos outros? Onde está o seu amor de cristão quando você pede para que pessoas que se amam NÃO tenham os mesmos direitos que você? Você está seguindo o mandamento de não usar o nome de Deus em vão quando você usa o nome dele para o ódio? Ou ódio e preconceito não são em vão, então?

3 comentários:

Julliana disse...

faço minhas as suas palavras...

Marco Aurélio disse...

Sobre o seu post: sobre ser cristão. Há tempo venho enxergando que o homem controla sua atitudes benéficas como maléficas sem intervenção ou de uma força superior, algo como um Deus. Penso então, que de fato se o Cristianismo é uma religião com base no amor incondicional, existem muitos cristãos que fazem por onde mas há uma outra parte dessa religião que dá um tiro no próprio pé, matando, aniquilando quem não está de acordo com seus "preceitos" cujos eles acreditam vir de Jesus, ou que tenham colocado na boca Dele tais palavras. Fica difícil saber quem é cristão de verdade, pois muitos vivem na hipocrisia.

O Menino do lado__ disse...

Hugo, existem dois tipos de pessoas, os cínicos, traiçoeiros e covardes, que nasceram assim, independente de religião, independente de catequese, independente se Deus desceu na terra e lhe deu um belo de um safanão, vai morrer assim, não tem santo que vai comover esse individuo, o desgraçado veio pra causar, pra fazer o mal, e não tem o que eu ou você diga, que vai convencê-lo do contrário. Estes são bem dispostos. E o outro tipo, é o nosso.

Belo texto o seu =D

Abraços!