segunda-feira, 23 de novembro de 2009

sobre o que [não] é literatura

bom, ontem eu vi o novo filme da saga "crepúsculo": "lua nova". confesso entender a fascinação da garotada por esse tipo de história. sei que talvez não seja a mesma coisa pra muitos - e de fato não é - mas tive esse tipo de fascinação por harry potter. li os quatro primeiros volumes da série quando tinha 14, 15 anos - em 2001 - os próximos dois assim que foram lançados no brasil. o último, porém, não me interessou e não me interessa tanto até hoje. me limitei em saber o resumo do enredo. enfim, me desinteressei por esse tipo de narrativa, com mundos fantásticos onde coisas mágicas acontecem. entendo que muitos adolescentes não se interessem por obras mais clássicas da literatura e que realmente eles podem parecer chatos à primeira leitura. entendo que muitos deles tratam de temas aparentemente não atuais ou talvez utilizem uma linguagem muito distante da que usamos hoje, mas dizer que essas coisas que põem em livros hoje em dia e que nomeiam literatura são ridículas. podem, talvez, incentivar aos jovens a ler a verdadeira literatura. mas se não provocar isso em você, amigo, lamento, mas sua leitura foi uma leitura fútil e inútil. há tanta genialidade em arte por aí, inclusive em literatura, e chamar de genial coisas como o crepúsculo ou código da vinci ou harry potter é uma ofensa aos verdadeiros gênios atuais e passados.
bom, outra coisa: o que é toda essa moda além de uma manipulação da mídia - sempre ou quase sempre indo contra a divulgação da verdadeira cultura. e a humanidade de mente vazia de criticidade aceitando o que lhe é empurrado.
AFFE! como sou tolerante! tenho vontade de bater a cabeça de alguém na parede quando me fala que um filme é chato porque o final não é feliz ou porque o tema é muito complexo ou porque não tem muita ação! há que se mudar conceitos! desde quando um enredo bom é aquele que explora só polêmicas ou lendas ou mundos fantásticos ou finais felizes - onde ser feliz é encontrar o amor da sua vida e é só isso que completa a vida de alguém.
enfim, acho que não consegui expressar muito bem minha indignação aqui. Apenas tentei.
Espero conseguir influenciar alguém, ao menos a pensar e repensar os próprios conceitos.
Mas sei lá, até professores de letras lêem essas merdas! vergonhoso

Um comentário:

Carolina disse...

Você me lembrou de um vez que eu estava lendo "Os sofrimentos do jovem Werther", e uma colega de francês olhou pro livro, analisou a capa, leu o título e disse: "credo, Ana, parece tão triste, pra que ler isso?".

Por que será, né?